Opinião

Como garantir a operação e lubrificação contínuas em turbinas de plantas eólicas

Lubrificação é um processo crítico para garantir a longevidade e uma operação que não requeira manutenções – visto que a manutenção nesse caso é complexa e arriscada

Por Mateus Souza

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A matriz energética do Brasil recebe incrementos técnicos e novos investimentos continuamente. Em específico, a energia eólica ganhou destaque nos últimos anos, pois a tecnologia envolvida na geração torna-se cada vez mais acessível em termos financeiros, aliado ao fato de existirem inúmeras regiões onde o vento é constante como, por exemplo, o litoral nordestino.

O crescimento desta opção tem impulsionado o setor de máquinas e equipamentos, com uma crescente oferta de alternativas e demandas. Se pensarmos no contexto europeu, existem diversas questões técnicas a serem resolvidas quando se trata da geração eólica. Por exemplo, a necessidade de sistemas de aquecimento para impedir o congelamento do óleo que lubrifica as hélices ou para impedir a formação de gelo no mecanismo de movimentação das hélices.

Já em solo e águas brasileiras, temos a questão do difícil acesso a determinadas localidades. Graças à tecnologia e novas pesquisa, válvulas borboletas ou diafragmas motorizadas podem ser aplicadas em locais de difícil acesso, longas distâncias ou com ausência de infraestrutura adequada, como a ausência de pontos de ar comprimido.

Assim como ocorre nos moinhos de ventos, as hélices das turbinas são acionadas pela força dos ventos e essa energia é transformada em eletricidade, por meio de um gerador contido dentro da torre da turbina. A eletricidade então é transferida por cabos até um transformador na base do equipamento.

A lubrificação é um processo crítico para garantir a longevidade e uma operação que não requeira manutenções – visto que a manutenção nesse caso é complexa e arriscada. Para isso, válvulas manuais do modelo “borboleta” ou “diafragma” são usadas para bloquear a saída dos tanques de óleo. Algumas medidas úteis podem ser tomadas, como, por exemplo, deixar a válvula sempre aberta para manter o fluxo constante de óleo para o motor, com o fechamento somente durante intervenções de manutenção.

Perspectivas para o setor

Estima-se que, até 2023, a geração eólica onshore no mundo tenha um incremento de 65% em relação a 2018, com China, EUA, Europa e Índia à frente do crescimento. São equipamentos projetados para ventos moderados, fáceis de manter, e com considerável impacto entre moradores da região.

As operações offshore também devem crescer rapidamente, sendo que os novos equipamentos são capazes de aumentar as horas de carga total entre 40 e 55%, dependendo da disponibilidade de recursos. Nesse caso, EUA e China lideram o crescimento. Trata-se de uma opção programada para maiores velocidades de vento, sem impacto visual para a população, porém com acesso somente por helicóptero ou barco.

Alguns revezes da energia eólica se referem à insegurança no fornecimento de energia devido à instabilidade dos ventos; além disso, em algumas regiões existe resistência da população à instalação das “fazendas de vento”.

No entanto, a natureza limpa e renovável dessa matriz sustentável estimula novos investimentos, como apontado aqui. Para países sem recursos energéticos, trata-se de uma forma de alcançar maior nível de autossuficiência. E naqueles locais que já dispõem de equipamentos em operação, as pesquisas tecnológicas trazem cada vez mais produtividade e ganhos de qualidade.

De acordo com cada realidade empresarial, o fornecimento afinado de equipamentos garante a não interrupção dos processos e economia com a prevenção de quebras de equipamento. E a pesquisa constante em inovação traz benefícios a fornecedores e mercado em geral, de forma a promover um ambiente comercial saudável e competitivo.

Mateus Souza é gerente geral de vendas da área industrial da GEMÜ Válvulas, Sistemas de Medição e Controle para a área de Energia e Indústria.

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